Jose Geraldo de Sousa Junior

Jurista, professor titular da Universidade de Brasília (UnB), ex-reitor da UnB (2008-2012), onde leciona e pesquisa na área do Direito.

O indiciamento do pesquisador Guilherme Franco Netto, da Fiocruz, em inquérito policial a pretexto de irregularidades que pudessem configurar ilícitos na execução de projetos ligados a sua atividade de pesquisa não é estranha ao movimento que temos assistido recentemente de uso funcional do aparato judicial e de investigação para efeito de produzir o que se tem chamado de “Guerra Híbrida” ou de “Lawfare”. O reitor Cancellier (UFSC) pagou um preço alto com a própria vida para com esse gesto dramático demonstrar a sua inocência. No caso, aparentemente, o ataque alcança a Fiocruz porque é a instituição que tem sido interpelada por se mostrar independente, por se mostrar comprometida com o interesse nacional e social no tocante a produção de insumos para a defesa da saúde da população. Não é estranho que ao cabo de 120 anos de existência de uma instituição que carrega o legado de Oswaldo Cruz, seja ela também o alvo desta ação.